MADRID, 21 (EDITIONS)
A dor é um sintoma que normalmente cria muita preocupação na pessoa que sofre dela. Embora possa ser devido a causas graves, é verdade que as causas são amplas e variadas. E nem todos são preocupantes.
“A dor no peito pode responder a causas que ameaçam a vida ou outras de menor gravidade”, especifica o membro do Grupo de Emergências e Emergências da Sociedade Espanhola de Clínica Geral e Família (SEMG), a Dra. Uxia Olveira Garcia numa entrevista com Infosalus.
Em geral, as causas da dor no peito podem ter, segundo o perito, origem cardiológica, pulmonar, digestiva, músculo-esquelética ou psicogénica. Quanto às causas cardíacas, a Dra. Olveira destaca o enfarte do miocárdio, pericardite ou patologia das válvulas cardíacas.
As causas pulmonares podem ser pneumonia, tromboembolismo pulmonar ou pneumotórax, enquanto as causas digestivas são úlcera gástrica ou duodenal, espasmo esofágico e refluxo gastroesofágico. O médico também destaca o trauma directo na parede torácica ou costo-condrite nas causas músculo-esqueléticas e, claro, a ansiedade na secção psicogénica.
É importante não só avaliar a dor neste contexto, mas também “a sua duração, intensidade, localização, factores que a modificam, sintomas associados e irradiação para outras áreas do corpo”, qualifica a Dra. Olveira. A razão deve ser procurada na medida em que “por vezes, a dor no peito tem características semelhantes independentemente da sua causa, pelo que é essencial uma amnésia rigorosa para identificar a causa que a desencadeia”, insiste o perito.
Por exemplo, a dor cardíaca e digestiva são “indistinguíveis”, segundo o perito, enquanto os sintomas que acompanham o coração também o fazem nos de origem digestiva. “A típica dor cardíaca é normalmente opressiva, localizada no centro do peito que o paciente descreve ‘como se tivesse um peso ou como se fosse agarrado dentro'”, diz o membro do Grupo de Emergência e SEMG.
Além disso, “pode irradiar para o braço esquerdo ou mesmo ambos, pescoço ou maxilar, normalmente dura entre dois e quinze minutos, e pode ser prolongada em caso de enfarte agudo do miocárdio”, acrescenta a Dra. Olveira. Finalmente, “pode estar associado a outros sintomas tais como palidez, suor ou tonturas”
p> A causa digestiva pode ser “indistinguível da causa da dor cardíaca, tanto pela sua localização como pela sua intensidade e sintomas que a acompanham, estes podem ser náuseas ou uma sensação de plenitude gástrica”, diz o perito. Outros sintomas que acompanham a dor de causa digestiva são, segundo o membro do SEMG, “regurgitação ácida ou comida, vómitos, tosse predominantemente nocturna e/ou dificuldade em engolir sólidos e/ou líquidos”
Mas é que, além disso, os sintomas que acompanham a dor cardíaca no peito e a causa psicogénica também podem ser confundidos. “A transpiração, náuseas e/ou vómitos, palpitações e dispneia também podem ser encontradas quando a dor é de origem psicogénica, na qual os pacientes também podem apresentar sensação de formigueiro, hiperventilação e sensação de sufocamento e morte iminente”, explica a Dra. Olveira.
As de origem pleurítica e músculo-esquelética têm características diferenciadoras. A dor de origem pleurítica “é geralmente apunhalada, localizada ao nível do custo e aumenta com a respiração ou tosse”, destaca o perito. Os seus sintomas associados vão desde “febre, tosse e expectoração, mesmo sangrenta, taquicardia”, completa o perito.
“As características da dor de perfil osteomuscular dependem da área da parede torácica afectada e da intensidade do trauma ou exérese, embora na maioria dos casos seja modificada com movimentos e reproduzida com palpação directa da área afectada”, conclui o Dr. Olveira.
QUANDO IR AO DOCTOR
O Dr. Olveira não especifica quando uma dor torácica deve ir parar ao médico. “Tendo em conta que pode apresentar características atípicas em comparação com as que seriam habituais de acordo com a causa desencadeante, especialmente quando se trata de pacientes com comorbilidades associadas, tais como hipertensão ou diabetes, é difícil, e mesmo ousado, estabelecer quando o paciente deve ou não ir aos serviços de saúde”, qualifica o perito.
Contudo, “qualquer dor que comece em repouso ou com exercício físico, sem história traumática anterior que não se altere com os movimentos do peito e seja acompanhada de sintomas como náuseas, vómitos, palpitações ou sudorese, deve ser avaliada pelo pessoal de saúde”, recomenda a Dra. Olveira.
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