Uma melhor definição de um pseudocisto que o separa claramente da recolha de fluidos agudos, melhorias nos estudos de imagem, e uma melhor compreensão da história natural dos pseudocistos alteraram os conceitos relativos à sua gestão. O velho ensinamento de que os quistos de mais de 6 cm de diâmetro que estão presentes há 6 semanas devem ser drenados já não é verdade. Indicações para a drenagem são a presença de sintomas, aumento do cisto, complicações (infecção, hemorragia, ruptura e obstrução), e suspeita de malignidade. As formas de terapia disponíveis incluem drenagem percutânea, abordagem transendoscópica, e cirurgia. A escolha do procedimento depende de vários factores, incluindo o estado geral do paciente; tamanho, número e localização dos quistos; presença ou ausência de comunicação do cisto com o ducto pancreático; presença ou ausência de infecção; e suspeita de malignidade. O conhecimento especializado do radiologista e do endoscopista é também um importante factor decisivo na escolha da terapia. A drenagem percutânea do cateter é segura e eficaz e deve ser o tratamento de primeira escolha em doentes de baixo risco, para quistos imaturos, e para pseudocistos infectados. As contra-indicações incluem hemorragia intracística e presença de ascite pancreática. Para os quistos maduros, na drenagem endoscópica qualificada deve ser dada a primeira preferência. É menos invasivo, menos caro e mais fácil de executar com melhores resultados em pseudocistos menores e pseudocistos da cabeça do pâncreas. Contudo, a perícia endoscópica é limitada e, actualmente, a drenagem endoscópica não pode ser defendida como procedimento de uso geral. Na ausência de perícia endoscópica, a drenagem percutânea de cateteres é o procedimento de escolha. O tratamento cirúrgico tem sido a abordagem tradicional e continua a ser o tratamento preferido na maioria dos centros. Pseudocistos múltiplos, pseudocistos gigantes, presença de outras complicações relacionadas com pancreatite crónica para além de pseudocisto, e suspeita de malignidade são melhor geridos cirurgicamente. A cirurgia é também a gestão de reserva no caso de drenagem percutânea ou endoscópica falhar. Porque o diagnóstico radiológico do pseudocisto pode ser impreciso em 20%; é imperativo ter a certeza de que a estrutura cística não é uma neoplasia antes da drenagem percutânea ou endoscópica. Não houve ensaios prospectivos e randomizados que tenham avaliado os resultados das três principais modalidades de terapia (percutânea, endoscópica e cirúrgica), e antes de se poder definitivamente recomendar a drenagem percutânea ou a abordagem endoscópica como o modo inicial preferido de terapia, são necessários mais estudos.